domingo, 9 de outubro de 2011

Gê e Tom - Uma tira política

O sonho de muitos apreciadores e colecionadores de gibi é o de serem roteirista e desenhista de HQ. Ainda não abandonei esse sonho e durante quase dez anos publiquei em um jornal local tiras políticas. Gê e Tom, são dois políticos que apostam entre eles para saber qual é o mais corrupto.
Acredito que as tiras são um boa forma de expressão. Vão direto ao ponto em matéria de mensagem.

sábado, 8 de outubro de 2011

Apogeu e decadência da Arte Filetada na pintura de carrocerias de caminhões na região de Barretos

As características da pintura de carrocerias de caminhão na região de Barretos foram modificadas ao longo das décadas. Os fatores que levaram a essas mudanças serão discutidos nesse trabalho feito a partir de uma entrevista com um pintor de carrocerias autônomo e pesquisas na internet.
O uso de grafismos na pintura de carrocerias de caminhão tornou-se muito popular a partir dos anos 50 quando houve um boom no transporte rodoviário no Brasil. A madeira de lei foi, durante muito tempo, a matéria-prima das fábricas de carrocerias que começaram a surgir, notadamente, nas regiões Sudeste e Sul do País. Sobre a base pintada das tábuas da carroceria, que os pintores chamam de “cor lisa”, convencionou-se desenhar através de filetes (traços feitos a pincel ou com uma ferramenta apropriada), os grafismos característicos dessa típica decoração. Dada a mobilidade dos veículos de transporte, o aspecto visual das carrocerias começou a se difundir por todo o País. Cada fábrica possuía uma equipe de pintores que imprimia um estilo próprio ao trabalho. Uma prova disso é que, embora a unidade pictórica fosse semelhante, os estilos de pinturas de cada fábrica apresentavam traços que as diferenciavam.



A cidade de Barretos, SP, assistiu ao apogeu da arte visual própria das carrocerias de caminhão com o advento do transporte de gado rodoviário. A primeira carroceria boiadeira teria sido feita na propriedade de um pecuarista de Barretos cansado com as perdas de reses e o emagrecimento do gado nas longas viagens das comitivas que transportavam a boiada pelos estradões. Segundo Leopoldo Costa, no texto “A História da Pecuária de Barretos” (stravaganzastravaganza.blogspot.com), o primeiro matadouro de Barretos foi inaugurado em 1913 e abatia 500 cabeças por dia. Ainda segundo o autor, em 1919 um grupo inglês arrendou o frigorífico e o comprou em 1923. Nascia, de acordo com Costa, o Frigorífico Anglo que, no período de 1944 a 1994, abateu 7.686.800 cabeças de gado.
Além desse frigorífico surgiu outro de porte, o Frigorífico Minerva. É de se supor que vários outras empresas de apoio ao negócio do boi surgissem na esteira da indústria da carne. Entre elas estavam as transportadoras de gado. Embora não tenha partido para a fabricação de carrocerias, a família do inventor do caminhão de boi, passou explorar o transporte de bovinos criando a Frota C. Outra grande empresa de transporte de gado surgida na cidade foi o Expresso Barretos. Ambas surgiram no ínicio da década de 60 e centenas de caminhões começaram a ser utilizados nesse negócio.
E foi nesse cenário que apareceu a pintura filetada nas carrocerias de caminhão. Esse estilo, segundo o site Pinstriping Brasil (WWW.pinstripe.com.br) , pode ter chegado ao país com os imigrantes. De acordo com o site “a história mostra que os primeiros pinstripers brasileiros, na verdade imigrantes europeus, também eram construtores de carruagens e carroças que utilizavam a técnica do pinstriping para agregar valor ao produto. Popularmente, o pinstriping no Brasil é visto em carrocerias de caminhões e pick-ups”.
Mas o que é o pinstriping? Segundo o livro ilustrado “Rat Fink – Máquinas e Monstros”, da Conrad Editora (2008), pinstriping é “uma técnica antiga de decorar superfícies que consiste numa fina linha de tinta aplicada à mão com um pincel. É extremamente popular nos hot rods e choppers. A técnica foi introduzida por Van Dutch nos anos 50”. No Brasil, os trabalhos mais rebuscados, do que mais se assemelha aos pinstripings, decoravam as charretes, meio de transporte puxado por equinos. Em Barretos, as charretes, que possuíam uma bela cobertura de lona, eram utilizadas no final dos anos 60 para o transporte de prostitutas.
Os sites especializados em pinstriping indicam que nos Estados Unidos, nos anos 50, essa técnica foi muito utilizada na decoração de automóveis e motocicletas customizados. O livro ilustrado Rat Fink, na verdade é um álbum de figurinhas sobre o artista popular americano Ed “Big Daddy” Roth que utilizou, entre suas obras, a técnica do pinstriping.



Há 25 anos, o pintor Manoel Luis Ferreira, 46 anos é um especialista em desenhar os filetes característicos das carrocerias tradicionais de caminhões. Ferreira trabalha com tinta esmalte utilizando pincel e uma ferramenta chamada Beugler, que confere ao desenho filetes de espessura e traço uniformes com a mesma densidade de tinta. Essa ferramenta é outro ponto a relacionar o trabalho de brasileiros e americanos, pois também é utilizada pelos artistas dos Estados Unidos.


Ferreira contou que aprendeu essa técnica de pintura em uma fábrica de carrocerias. Como havia uma demanda grande por reformas, decidiu trabalhar como autônomo. Segundo o pintor, esse segmento das Artes Visuais já foi muito próspero, mas existe uma tendência de queda. As razões são encontradas, principalmente, nas mudanças nas relações de trabalho. “Antigamente, os motoristas eram os donos dos caminhões e prestavam serviço às transportadoras. Com isso tinham uma relação diferente com o caminhão. Era comum personalizar o veículo”, explicou o pintor. De fato, os caminhões boiadeiros eram decorados ao gosto do motorista-proprietário, mesmo porque, a cabine se transformava em um segundo lar para o condutor. Havia bancos que se transformavam em cama, cortina para quebrar o sol, capas ou colchas de chenile para os bancos, adesivos de santos e de times de futebol no parabrisa, amuletos pendurados no vidro retrovisor, parabarro com ilustrações diversas e as famosas frases de pára-choque que significavam a filosofia do trabalhador das estradas. A decoração da carroceria também era um elemento de identidade do motorista. Com os custos de manutenção do caminhão e a queda no preço dos fretes, o motorista precisou vender o veículo passando a trabalhar como empregado da transportadora. Frigoríficos também têm os seus próprios caminhões. Ou seja, em muitos casos, esses caminhões são padronizados porque podem ser utilizados por motoristas diferentes. Com isso, os desenhos característicos das carrocerias tradicionais estão sendo substituídos por pinturas sem nenhum apelo visual. É comum hoje encontrar carrocerias com uma cor apenas, geralmente branca.
O pintor Ferreira sobrevive fazendo reformas. Ele é fiel às técnicas e ao estilo que desenvolveu durante 25 anos. Conhecedor do ofício, afirma que o tipo de carroceria às vezes determina um modelo de pintura dentro do estilo. Quando a carroceria é construída com muitos sarrafos, e existe pouco espaço para filetar, o modelo a ser utilizado é o “Ibitinga” que permite desenhos menos elaborados. Ele, particularmente gosta do estilo “Monte Alto”, quando há espaço para um trabalho mais elaborado, mais floreado, com muitos arabescos.


Ferreira orgulha-se da atividade que exige muita habilidade. “Pode até ser pintor famoso, mas se não tiver jeito com o filete, não faz o que eu faço”, cita manejando o pincel. Ferreira mostra que o seu trabalho é quase artesanal, feito à mão mesmo. Até os pontinhos coloridos dos desenhos são feitos com as pontas dos dedos.



Numa época em que as carrocerias são fabricadas sem apelos visuais, o filetador Manoel Luis Ferreira pode ser considerado um dos últimos remanescentes de uma arte que já foi muito popular na região de Barretos.

Pesquisa e texto: Marcos Diamantino






Referências:

COSTA, L. A História Pecuária de Barretos. Stravaganzastravaganza.blogspot.com

BRASIL PINSTRIPING. WWW.pinstripe.com.br

ROTH. E. Rat Fink – Máquinas & Monstros – Conrad Editora (2008)

KUSTOMS. K. disponível em WWW.kellyskustoms.ca

DIAMANTINO. M. fotografias de carrocerias.

REVISTA ELETRÔNICA DE PORTFÓLIOS

Uma revista eletrônica de portfólios de jovens artistas envolvidos com vanguarda e contemporaneidade. Isso é o que se pode dizer do site IDEAFIXA. Arte virtual, quadrinhos, pinturas, charges, photographia e ideias, muitas ideias. O site aceita a participação de novos integrantes. Vale a pena fuçar nesse universo de arte. E até colaborar com essa turma.

Endereço: http://mag.ide

afixa.com

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

GIBI ACUSADO DE RACISTA

A Justiça de Bruxelas, na Bélgica, está julgando um caso de racismo cuja acusação recai sobre a editora de um gibi, uma vez que o seu autor já é falecido. Um congolês acusa o Álbum "Tintim na África", do belga Hergé, de racismo. Segundo o autor do processo o album justifica o colonialismo e "colonialismo subentende a defesa da supremacia de um povo sobre outro". Os acusados se defendem com o argumento de que se trata de uma obra artística e literária e que a condenação acarretaria no revisionismo de milhares de obras em todo o mundo. Hergé, o autor de Tintim, já foi acusado de ter simpatia pelo Nazismo. Apesar disso, o personagem é conhecido em todo o mundo devido aos álbuns e séries de TV. Há inclusive um Museu na Bélgica em homenagem ao personagem. R

ecentemente um filme de Tintim foi lançado.


http://tvuol.uol.com.br/permalink/?view/id=congoles-processa-gibi-de-tintin-por-suposto-racismo-04020E1A3066CC892326/mediaId=12133048/date=2011-10-03&&list/type=tags/tags=1793/edFilter=editorial/time=week/