segunda-feira, 26 de setembro de 2011

FLOOBYNOOBY: PALAVRA MÁGICA DA ARTE VISUAL

Artistas Visuais que se perfazem em ateliês virtuais encontram no site Flooby Nooby um universo quase sem fim de referências. Cheguei a esse site pesquisando sobre o desenhista e pintor acadêmico Burne Hogarth. Dele, há nesse espaço, um curso de desenho acadêmico. Porém o Flooby destaca a obra do Diretor de Arte multimídia Ron Doucet. Abre-se um cardápio de boas opções em design, story-boards, animação por computador, digital art, bonecos, tutoriais, sketches, etc. Há links com dezenas de outros artistas e fotógrafos de vanguarda. Quem entra demora a sair.

Eis o endereço: http://www.floobynooby.com/

domingo, 25 de setembro de 2011

MICHELANGELO FEZ GIBIS



Um dos melhores álbuns de quadrinhos de todos os tempos foi a versão de Burne Hogarth, para Tarzan, o Filho das Selvas, escrita por Edgar Rice Burroughs. A versão foi lançada no Brasil, em 1973, pela EBAL – Editora Brasil América Ltda. Trata-se de uma obra em formato livro, 22 x 28,5 cm, com capa dura e 160 páginas, sendo 122 em papel couchê, colorido.
Em 1960, o mundo artístico internacional descobriu as histórias em quadrinhos como uma significativa forma de arte contemporânea. Burne Hogart foi glorificado em importantes exposições na Europa e na América do Sul. Na introdução que fez ao volume Tarzan, o Filho das Selvas, Maurice Horn, um dos autores de Bande Dessiné et Figuration Narrative, documenta a enorme influência de Hogarth, que os críticos franceses consideram o “Michelangelo das Histórias em Quadrinhos”.
Nascido em Chicago, em 1911, Hogarth estudou Antropologia e História da Arte. Aprendeu a desenhar, entretanto, no Instituto de Arte de Chicago, onde surgiram tantos artistas norte-americanos. Hogarth começou a desenhar o Tarzan, em pranchas de jornal, em 1936, e prosseguiu com esse trabalho até agosto de 1950. A pedidos, realizou essa versão de 1972. Maurice Horn cita que Hogarth “durante uma extraordinária carreira que se estendeu por mais de 40 anos, percorreu toda a gama dos campos artísticos: foi ilustrador, desenhista, gravador, professor, fundador de escolas, teórico de arte, pintor e escritor.
A obra de Hogarth valorizou as HQs e os artistas de gibis, uma vez que, segundo Horn, “nessa profissão a maioria dos artistas se contenta em elaborar um produto apenas adequado”.
Após deixar Tarzan, Hogarth dedicou-se ao desenho e à pintura. É autor de dois livros: Dynamic Anatomy e Drawing the Human Head.

Aprenda com Hogarth:

http://www.floobynooby.com/FAD/Burne%20Hogarth%20-%20Dynamic%20Figure%20Drawing.pdf

ARTE: O SENTIDO DA VIDA NA MATURIDADE


Com o título “Entre a Razão e a Sensibilidade”, a repórter Marcelle Souza, mostrou no Suplemento Feminino do Jornal O Estado de São Paulo (25-09-2011) o exemplo de 4 mulheres que se envolveram com a Arte na maturidade e descobriram, além de uma nova profissão, um sentido para suas vidas.
Yara Dewachter, 43 anos, foi publicitária durante mais de uma década. Encerrou a carreira no auge com o sentimento de realização e partiu para se dedicar às Artes Plásticas. Hoje participa de um grupo de 15 artistas que articulam exposições coletivas.
Mary Carmen Matias, 60 anos (foto), professora de história e sociologia, estudou escultura com o artista Caciporé Torres e trocou o quadro-negro da universidade pelo aço, o mármore e o bronze.
Lúcia Laguna, 70 anos, é artista premiada com várias exposições no exterior. Quando tinha 54 anos, deixou a sala de aula em que lecionou língua portuguesa e literatura trocando tudo por um curso livre de pintura e nunca mais parou.
A chilena Maria Luisa Editora, 58 anos, “foi infectada pelo vírus” da arte há oito anos. Teve uma confecção no interior de Minas Gerais. “Seus quadros, com várias camadas de tinta a óleo, buscam retratar os mapeamentos e as linhas visíveis e invisíveis da metrópole”, resume a jornalista.
O professor da Escola Panamericana de Artes, Igres Speltri, explica que o aluno fica motivado quando percebe que não precisa ter habilidade para desenhar, mas conteúdo e criatividade para retratar o mundo. Segundo o professor basta que o aluno esteja atento aos símbolos contemporâneos.
Celso Fioravante, Jornalista e Curador, a propósito do tema, critica os salões de arte que limitam até 30 anos a idade dos participantes. Uma das mais importantes artistas plásticas da atualidade, Tomie Ohtake, conheceu a arte aos 40 anos. Aos 98 anos, a artista já colecionou 28 prêmios.

Leia mais: WWW.estadao.com.br/e/artenamaturidade

sábado, 17 de setembro de 2011

501 GRANDES ARTISTAS



O livro "501 Grandes Artistas" (Editora Sextante, 2009), de Stephen Farthing, é um guia fundamental para amantes das artes e estudantes. Trata-se de um guia com 640 páginas, fartamente ilustrado, em papel couchê, sobre o talento de artistas desde o período Pré-1500 até Pós-1970. Reúne os maiores expoentes da arte mundial, desde os mestres da Antiguidade clássica aos inovadores performers contemporâneos, abrangendo os mais diversos estilos e movimentos artísticos. O livro revela fatos interessantes sobre a vida dos artistas, bem como informações essenciais relativas às suas obras-primas e as influências que exerceram na época e nas sociedades em que viveram. No intuito de ampliar a diversidade dos perfis biografados e contemplar também a produção artística brasileira, foram incluídos 25 artistas que se destacam no cenário nacional, entre os quais Aleijadinho, Portinari, Arthur Bispo do Rosário e Beatriz Milhazes, além de Helio Oiticica e Vik Muniz, que já constavam na edição original inglesa.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

RESTAURAÇÃO DE QUADROS ATRAVÉS DO SOFTWARE GIMP

Mostramos a restauração dos quadros Pescadores I e II feita utilizando ferramenta do Gimp. Esses são dois quadros, óleo sobre tela, que se completam. Foram produzidos por Marcos Valério Diamantino, em 1987. Cada quadro mede 14 x 22 cm. As pinturas foram enquadradas de maneira que as molduras invadiram áreas na tela o que deixou marcas de cola nas bordas das obras. Isso pode ser verificado na primeira faixa de quadros, sem restauro. Outros defeitos, nos 24 anos dos quadros, foram manchas, um furo em um deles e craquelês (camada de tinta quebradiça). Com a ferramenta do Gimp chamada CLONAR foi possível melhorar muito os quadros. O resultado está na faixa inferior. Com essa ferramenta é possível clonar uma pequena parte ao lado do defeito e cobrir a área que precisa ser restaurada. A opacidade deve ficar em torno de 30 a

50% para que haja uma mistura perfeita na tonalidade da cor a ser aproveitada. A segunda parte do quadro parece mais luminosa porque são duas peças que se separam. Procurei não limpar demais a primeira parte do quadro para que não apagasse a textura do linho da tela. Foi minha primeira experiência com o Sofware Gimp e fiquei contente com o exercício.

Marcos Valério Diamantino

CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIAR E OBSERVAR MELHOR

EXPOSIÇÃO CONTA A HISTÓRIA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NO SENAC BARRETOS


De 29/9/2011 a 29/10/2011, a área de convivência do Senac Barretos recebe a mostra gratuita História das Histórias em Quadrinhos. Montada pelo especialista Álvaro Moyá, a exposição destaca a trajetória dos quadrinhos nacionais e internacionais em nove painéis que formam um gibi gigante.

Além de falar sobre as histórias, a mostra relaciona o contexto no qual cada quadrinho foi criado e aponta as características do traço de cada desenhista. O trabalho também aborda a expansão comercial dos quadrinhos, que fez com que deixassem de ser tirinhas em jornais e virassem revistas. O horário de visitação da mostra é das 10 horas às 20h30.

A iniciativa é uma parceria com a Secretaria do Estado da Cultura, por meio do Sistema Estadual de Museus, da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural e da Associação Cultural de Amigos do Museu Portinari. A mostra já foi apresentada em mais de dez cidades do interior, como Indaiatuba, São José dos Campos e Mogi Guaçu, além de ter ficado exposta em estações de metrô na capital paulista.

CARTA A UMA JOVEM EDITORA DE VÍDEOS

Oi, Letícia!

Já pensou como seria legal se um software para elaboração de histórias em quadrinhos fosse disponibilizado em sala de aula? Não conheço ainda esse software mas quero conhecer porque imagino que seja um milagre. Imagino um garotinho que não sabe desenhar , à mão, nem uma laranja, ter condições, através da imaginação e das ferramentas virtuais criar os seus universos. A coordenação motora geralmente não acompan

ha a imaginação. Quando se é criança a gente imagina uma epopéia que quando tenta colocar no papel, para os adultos, não passa de garatujas... Não é uma crítica... É um elogio à tecnologia, muito embora as garatujas são os primeiros passos de todo artista conceituado... Mas como hoje se valoriza muito o artista midiático, vamos nessa! Andy Warhol e Roy Lichtenstein, apenas para citar dois, se tornaram célebres por adotarem novas mídias... É como se diz: pra frente é que se anda...

Quase comprei numa loja de artigos usados nessa semana um projetor de filme super 8 mm. Quando estudei Comunicação, a gente assistia aos filmes em projetores como esse. Filmava com câmeras super 8 mm e editava cortando e colando os filmes num aparelho que se chama moviola. Isso sim era cinema amador. As imagens eram translúcidas e pareciam atravessadas pela luz, ou seja, a lâmpada do projetor. Restou-nos as imagens digitais. Impressões digitais. Muito em breve também estarão no cinema comercial, se é que já não estão. Deve imaginar porque desisti de comprar o projetor. Pra frente é que se anda. Com o coração ainda dividido, cheguei à conclusão de que é pra frente que se anda...

Com carinho,
Diamantino

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

- SANTA TECNOLOGIA, BATMAN!


Batman, o homem-morcego, foi criado por Bob Kane, em 1939. Conheceu Robin, o menino-prodígio, um ano depois e passaram a viver grandes aventuras juntos. Um dos primeiros casos de homosexualismo entre super-heróis, segundo os críticos da moral e dos “bons costumes”. Mas não é sobre escolhas sexuais de que trata esse artigo e sim sobre tecnologia. Pois bem, por conta do seu cinto de utilidades e outras parafernálias, bat-isso e bat-aquilo, Batman é um dos pioneiros entre os heróis a adotar a tecnologia como ferramenta de trabalho. Os atuais filmes do Cruzado de Capa são uma prova disso. O que existe na batcaverna em matéria de tecnologia faz inveja aos técnicos da NASA.
No final dos anos 80, não se pode precisar se com o apoio das organizações Wayne, Batman protagonizou uma das primeiras HQs geradas por computador: “Batman – Digital Justice”. O autor da façanha é Pepe Moreno. Nascido na Espanha, Moreno transferiu-se em 1977 para os EUA. Inicialmente desenhava para revistas de terror. Começou a fazer experimentos com imagens e colagens editando a revista NART (No Art) que trazia gráficos contraculturais usando diversas tecnologias, entre elas o Xerox. Publicou trabalhos na Heavy Metal e na Epic Illustrated. Passou a produzir Graphic Novels de ficcção. Projetou cenários futurísticos para desenhos animados e séries de televisão. Nos anos 80, tornou-se aficcionado por computadores pessoais, desenvolvendo um trabalho com programas de animação 3D. Quando a alta-resolução tornou-se disponível, decidiu combinar sua arte com o conhecimento em informática. Segundo Moreno “o entretenimento digital multimídia é a onda do futuro” (Batman Digital Justice, Editora Abril, 1990).
De acordo com o editor de HQs Mike Gold, a tecnologia digital é uma realidade na produção de quadrinhos. “Artistas tem usado suas máquinas na geração de efeitos especiais, designers fazem seus trabalhos on-line, letristas criam seus próprios alfabetos e até a DC Comics tem seu departamento de colorização por computador. Às vezes, participamos de projetos totalmente informatizados e podemos ver o quanto a tecnologia do setor avançou. Isso nos leva a Pepe Moreno”, explicou o editor da DC Comics.
O diferencial apresentado por Moreno em “Batman – Digital Justice” está em dar um aspecto cinematográfico ao trabalho propondo uma obra com clima de filme, o que amenizou a imagem fria da tecnologia eletrônica.
O editor Mike Gold explica que “o computador desempenha o mesmo papel que a revista em quadrinhos, pois ambos apelam para o nosso senso de deslumbramento”. Algo diferente marcou a indústria dos comics quando no final dos anos 80, computador e quadrinhos se uniram.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MUSEU DOS QUADRINHOS


Mesmo com grande aceitação em todo o mundo, as histórias em quadrinhos ainda são consideradas um subproduto das artes. Embora a arte seqüencial, típica dos quadrinhos, seja uma das primeiras manifestações do homem, ao ser identificada nas pinturas rupestres da pré-história da humanidade, ainda são poucos os museus pelo mundo a destacar as HQs.
Segundo Álvaro de Moya, em seu livro Shazam! (Editora Perspectiva, 1972), a arte seqüencial já foi utilizada por grandes mestres das artes, como Goya, que desenhou a série Desastres da Guerra, entre 1810 e 1820. Numa sequência pintada a óleo, Goya mostra a captura do bandido maragato pelo monge Pedro de Zaldívia, revelando em sua obra “um antecedente da historieta sem palavras” (pg. 30).
A introdução das histórias em quadrinhos na imprensa mundial deu-se em 1893 no jornal New York World. Moya cita que o World instalou uma impressora em cores, e para testar a cor amarela, foi criado por Richard Fenton Outcault, o Yellow Kid, um menino com um camisolão amarelo. “Nesse momento histórico, nasciam duas coisas importantes: os comics como os concebemos hoje, com personagens periódicos e seriados; e o termo “jornalismo amarelo” para designar a imprensa sensacionalista, em busca do sucesso fácil com o grande público”, argumenta Moya (p.36).
No artigo “A Atualidade dos HQs no Brasil: a busca de um novo público”, Waldomiro Vergueiro, Professor Titular do Departamento de Biblioteconomia e Documentação e Coordenador do Núcleo de Pesquisas em HQs da ECA-USP, revela que, segundo Lailson de Holanda Cavalcanti (2005), “o primeiro exemplo no país (Brasil) de um desenho que representa a realidade de forma humorística e alegórica data de 1831, na publicação “O Corcundão”, do estado de Pernambuco”. Ainda segundo Vergueiro, entre 1869 e 1883, destacaram-se as séries de Ângelo Agostini: As Aventuras de Nho Quim e As Aventuras de Zé Caipora, em que surgiram os primeiros personagens fixos, uma característica das História em Quadrinhos.
É de se supor que, mesmo com a popularização universal dos quadrinhos, essa arte ainda sucumba ao estigma de ser superficial e nociva devido às suas origens ligadas aos jornais sensacionalistas. Em se tratando de Brasil, Vergueiro argumenta em seu artigo que “apesar do trabalho de divulgação e organização de eventos por muitos entusiastas do meio, como foi a 1ª. Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, realizada em 1951 na cidade de São Paulo (Moya, 2001), e a quadrinização de obras da literatura e de biografias de santos como demonstração da possibilidade de utilização dos recursos dos quadrinhos para a transmissão de mensagens de maior conteúdo cultural (Moya, D’Assunção, 2002), as HQs no Brasil não escaparam da sina de serem consideradas produto cultural de segunda classe que devia ser objeto de desconfiança por parte de pais e educadores”.
Essa desconfiança acerca das HQs surgida nos EUA nos anos 50/60, período do Macartismo, chegou ao Brasil. Aqui, como nos EUA, os editores tiveram que lançar um Código de Ética, estabelecendo critérios de conteúdos. Antes disso, as HQs no Brasil, faziam sucesso nas camadas mais populares, mas ainda lutavam para se impor entre os formadores de opinião. Nos anos 50, para atestar a importância cultural dos gibis, a Editora Brasil América Ltda., EBAL, lançou a Série Edição Maravilhosa, com quadrinizações de obras da literatura universal e nacional. Foram mais de 200 edições mensais com grandes tiragens. Mesmo assim, a editora recebeu críticas a respeito da condensação das obras e rebateu com o argumento de que a HQ despertaria no leitor o desejo de conhecer a obra original. Em “A Literatura em Quadrinhos no Brasil: acervo da Biblioteca Nacional” (Ediouro-2003), Alvaro de Moya relata a tentativa da EBAL de fortalecer o conceito de quadrinho-cultural com a série Edição Maravilhosa.
Com a popularização de novas mídias, como a televisão, os gibis perderam espaço e as tiragens diminuíram. Novos gêneros foram lançados, mas salvo algumas exceções como o gibi do Pato Donald, cuja publicação pela Editora Abril é mantida desde a década de 50, a Turma da Mônica, do brasileiro Mauricio de Souza, no mercado desde 1970 e o herói do faroeste italiano Tex, nas bancas desde 1971, o que se vê nas últimas décadas são projetos de curta duração.
A quadrinização de obras literárias conheceu um renascer esporádico a partir do ano 2000, quando segundo Vergueiro estabeleceu-se um segmento mais adulto para as HQs. Edições mais elaboradas fizeram com que as HQs deixassem as bancas de jornais para ganharem as livrarias. São propostas de quadrinização de obras de escritores brasileiros como Machado de Assis, Gilberto Freyre e Jorge Amado produzidas por editoras como a Global e a Companhia das Letras.
Ao chegar às livrarias e aos Programas de Leitura do Ministério da Educação e Cultura, que em 2006 agregou vários títulos levados às escolas, as HQs podem estar entrando numa fase que Vergueiro chama de “reversão significativa do mercado de produção e consumo das histórias em quadrinhos no Brasil”. São fatores que ajudarão as HQs a se consolidarem como “oitava arte”, título com que os entusiastas já cunharam a arte seqüencial.
Na França, recentemente fundou-se o Museu das Histórias em Quadrinhos que faz parte do projeto Cité Internacionale de La Bande Dessiné et L’image, ou Cidade Internacional da Banda Desenhada, como são chamadas as HQs na Europa. Embora não sejam poucas às críticas ao artista e desenhista belga George Prosper Reni, o Hergé, pelas suas tendências racistas e nazistas, presentes em várias obras, o criador de Tintim é tema de um museu na Bélgica. Asterix, na França, e os personagens Disney, nos EUA, também contam com espaços voltados à memória e à produção quadrinística. No Brasil, a partir dos anos 50, as HQs começaram a ser abordadas de forma teórica por autores como Álvaro de Moya e Moacy Cirne e, aos poucos, passaram a ser estudadas nas universidades brasileiras como um meio de comunicação de massa. Estudos como o do próprio Waldomiro Vergueiro em “Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula” (Editora Conteúdo, 2009) refletem a tendência de agregar essa arte à educação, por exemplo. Começaram a ser criadas gibitecas em bibliotecas, museus e universidades. E o advento da Internet com sites e blogs divulgando as histórias em quadrinhos são exemplos do surgimento de um conceito muito favorável à arte seqüencial. Nesse sentido, conclui-se que é possível que, a médio prazo, o Brasil possa ter um espaço definitivo, um museu, voltado à história e a atualidade das HQs. Um Museu dos Quadrinhos, que sirva de base para estudos, visto que o material mais consistente sobre essa área está espalhado na literatura segmentada, em artigos teóricos, em sites e blogs na Internet e nos próprios gibis, cujo acervo está guardado a sete chaves por alguns poucos colecionadores.